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Monday, January 29, 2007

Cotidiano cor-de-rosa
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"Era uma manhã comum, azul e quente, de verão. Nos conformes, diria sua avó. Mas ela, inquieta, tinha fome do novo, do inesperado, do inaudito. Algo radical que subvertesse o dia. Talvez, um terremoto. A cidade e a vida, súbito, de pernas pro ar. A rotina enterrada nos escombros. A vida movida pela premência de sobreviver, literalmente. Sem metáforas. Riu. Que idéia! Devia ser TPM. Ou menopausa. E tratou de voltar à vida real e à galinha que começara a desossar para o almoço."

Na cozinha,
Márcia Maia



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"Estive doente
doente dos olhos, doente da boca, dos nervos até.
Dos olhos que viram mulheres formosas
da boca que disse poemas em brasa
dos nervos manchados de fumo e café.

Estive doente
estou em repouso, não posso escrever.
Eu quero um punhado de estrelas maduras
eu quero a doçura do verbo viver"

Anônimo.


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"Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em entender,
viver ultrapassa qualquer entendimento..."

Clarice Lispector


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