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Friday, December 28, 2007

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Verdades líquidas,
espasmos...
Quadro de realidades
molhadas.
Passados...
Imaginário de fotografias
desbotadas.
Presente.
Vitrola de aromas:
sussurros.
Ausente.
Lábios e carne.
Viscosidades
sinuosas...
Terremoto
interior:
tremor ...
Acho que eu
andei fora do mundo:
catando
estrelas.


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Thursday, December 13, 2007

ANO NOVO, VELHOS VENENOS...

BAR
Haverá ainda pequenos bares vagabundos
Com carnes de Extremo-Oriente
Para abrigar o ano novo.
Pequenos bares com marinheiros lendários
Cujos cachimbos consumirão antigos venenos
Bares leves inflados de fumaças
Pequenos bares evanescentes à claridade da aurora.
Bares onde o sol e seu trajeto brilham
Na profunda laca avermelhada das taças;
Bares repletos da animação das mesas,
e vidraças mortas
Onde estudantes não meterão o nariz.
Pois haverá outros venenos a corroer
A Árvore Viva de nossas fibras prestes a eclodir,
Há vinhos não secretados por vinhas terrestres
Tão violentos quanto catástrofes.
Salve, ó bar, que nos fornece venenos
E misérias, e dores e sustos
Lançando-nos na nudez de nossas almas
Em cais inacessíveis aos tormentos.
Um silêncio te guarda e nos protege
Silêncio onde não vem se perder a medicina,
Um silêncio que nos cura na morfina
Sem receitas, nem decretos.
ANTONIN ARTAUD

Sunday, December 09, 2007

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Thai Girl,
Verdade que ando
um tanto sumido...
Coisas de seca e
de percalços inesperados.
Estive por aí mas
foi num risco.
Mesmo um risco n'água.
Nem deu pra ir
ao Teatro.
O bastante apenas
pra desdizer uma certeza
que eu tinha de que o
passado não volta.
Revi alguém do passado
e a viscosidade continuava
a mesma...
Bobagens minhas, confidências.
Agora só irei aparecer por aí no
vindouro.
Ano que finda, arremates
pra alinhavar...
Beijos outros, abraços!!!
r.




Tuesday, November 27, 2007

Olhares caçadores

kubszm
Espero que tudo dê certo logo mais... Amanhã você estará pesando menos... É mesmo difícil carregar responsabilidades vincendas: cada pagamento é um elo a menos na corrente que nos prende.
Eu, por aqui, vou indo. Tive que suspender um pouco o cigarro porque minha garganta está inflamada e dói ... Apenas quando eu respiro.
Vejo Éviling às vezes, Aline nunca. O bailinho do Hawai esteve até bom...
Inauguraram, também, a Pousada do por do Sol: Aconchegante e bonita. Muitos quartos, varanda e tal. Fica em frente à Gameleira. As meninas e a cidade andam ouriçadas.
O mais é o imutável. Logo, logo ficarei mais velho e mesmo o ano está se acabando. Às vezes fico um tanto triste mirando os bons dias vividos num passado assim quase distante: Engulo seco e meus olhos fagulham disparando olhares caçadores. A vida segue em direção à morte ignorando nossos vãos esforços de felicidade.
Boa sorte nos seus planos!
Abraço!
r.






Wednesday, August 22, 2007

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Já, já vou indo, Ci...
Por aqui:
Coisas e marasmos.
Marasmos mineiros,
ondas bovinas,
poeira verde
nas ventas.
Saudades daí,
sinto.
Da pressa dos carros
e dos passantes.
dos sorrisos esqüálidos,
dos projetos rizíveis,
Indizíveis.
Vontades minhas,
gastronôminas,
da padaria da esquina.
Da Liberdade.
De andar por ruas
e pelas vinhetas sonoras, daí...
Bobagens que recolherei,
logo,
logo,
abraçando vocês.
Antes de agosto findar.

A gosto meu estarei
por aí.
Só falta um pouco de vento.
Abraços pra você,
Pra todo mundo!!
r.

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Tuesday, July 17, 2007

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Você sabe
que eu tenho fome
de devorar seus olhos;
de lamber sua carne molhada;
de degustar bicos e curvas.
E explorar horizontes penetráveis...
E fundir sorrisos
com o vagar preemente
do braço hidráulico
que suga o petróleo
do fundo, do mundo.
Fome de dentes e lábios.
De fluidos e de desespero.
Fome de espelhos.
Fome...
Fome e
saudades suas!
Lânguidos
beijos!!!
r.


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Friday, June 29, 2007

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A arte
de girar pratos,

de girar olhos,
da vertigem.
Artes e espasmos.
Realidade.

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Quebranto:
Olhares caçadores
me espreitam,
me devoram.
Sonolências...
Negros fios
cobrem
um verde profundo.
Miríade de tons.
Névoas
e sonhos:
sono.
Esmeraldas,
hipnose.
Sob as lentes
o ocaso.
E um sopro de estrelas.
E saudades
e desejo.
Rubro torpor:
Nada.

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Tuesday, June 19, 2007

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Litle Bodisatva,
Imensamente interessante
penetrar no seu território.
Não tenho esse tino
de escrever desejos.
Só o que faço é falar
dos meus mundos,
real e ideal.
Às vezes um
se sobrepõe ao outro.
Outras vezes o que digo
se transmuta em realidade
pois na narrativa acabo
por convencer a mim mesmo...
E é assim que eu acho:
falar de umbigos
e viver com eles.
Deixo meus dedos
acariciarem o teclado.
Curiosidades minhas.
Tentações e desejos.
Imagens
que teimam em passar
por meus olhos.
Passados palpáveis,
presentes.
Coisas e coisas.
Outros oráculos
para dizer mesmas lágrimas...
Bobagens, bobagens!
As fotos são um começo.
É tão difícil de escanear
e eu tão preguiçoso...
Existem outras, muitas,
muitas...
Apareça sempre,
Keep in touch!!!
Bacio!!!
r.


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Sunday, June 10, 2007

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Os,
Yuk sft jotk
kron yvt snat bit jotk
lnt vohat jot
kai toui jori int mixt jovi!!!
r.
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J, C,
Luzes ofuscam meus olhos.
Cavalos voadores.
O paraíso está perto
ou pelo menos a uns vinte metros.
Som que ecoa..
Minhas narinas aspiram ares de final de ano.
Sons e vapores de passagem.
Me lembro que é preciso abrir outra garrafa.
E também erguer aquele brinde reincidente.
Vocês nunca vieram mas estão comigo.
A cidade brilha.
Amigos enchem uma vez mais o meu copo.
Amanhã a cidade faz anos.
E vocês também.
Tudo é delírio.
Saudades de tempos
e de vinhetas.
Coisas e coisas.
Espero que por aí tudo esteja
tanto quanto. Ou quase...
Dias cumpridos, vida lilás.
Meu desejo é que tudo passe
e tudo fique como se fosse desejo.
Ou como se fosse do jeito pretendido.
Felizes passagens, Samsara.
Um boi vermelho espera para se misturar ao rebanho.
Amanhã não será nada.
Só um olhar de canto de cama.
E, depois, alguma leitoa
assada e esperando, na mesa.
Finais de ano: paladares etílicos.
Abraços meus!!!
Aniversários fictícios.
Quase como se não se completassem.
Anos???
Só os de ouro!
r.
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...,

Virulância.
Coisas de rio.
O Amazonas prosegue.
E vai...
Assim passando
por nossas almas fugidías.
Por nossa carne morna.
Vontades de Rio: corredeiras...

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Verdade é que nunca me lembro de datas
nenhuma.
Acho que até das minhas me esqueço.
Sorte que esse programa agenda tudo, não?
Por aqui continua o dia-a-dia imutável
de amarrar as coisas desandadas
e esperar por um futuro impredicto.
Fui na formatura da minha Ex e foi a "pá de cal".
O tempo enterra mesmo tudo
e viver de lembranças é coisa
de casa de repouso..
Tomara que agora, com mais essa primavera
você consiga alegria e coragem bastantes
para conquistar os territórios que você deseja
que sejam seus.
Que você se permita um pouquinho mais
de felicidade pagã e alguns bons pecados de alcova.
Nós somos assim: imperfeitos, defeituosos.
Quem almeja o céu acaba vivendo o inferno.
O paraíso é dos ingênuos,
dos que se entregam,
dos que erram,
dos que se apaixonam facilmente.
Os que pensam muito, como nós,
estão fadados ao desterro
num purgatório enfumaçado,
ou à solidão fria.
Pena que meus pensamentos são assim recalcitrantes,
recorrentes...
Ossos do ceticismo cínico.
Meu beijo!
eliz aniversário!!!
r.
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Tuesday, June 05, 2007

Miscelânea

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Linda,
Gripes, distenções musculares, pane no computador... São pequenas desculpas para eu não me comunicar mais amiúde. Por aqui tudo segue como enterro de jegue: devagar... Teve festinha junina no final de semana e acabei tomando vodka com redbull. Mistura estrondosa e afrodisíaca. Recomendo! Performance sexual turbinada durante e no day after. Ressacas, nenhuma! Devo ir pra S. Paulo logo. Talvez na semana próxima. Mas não será como nos bons tempos de abastança. Ando um pouco duro por causa de uns empréstimos sociais que o Lula me fez. Você falou do celibato e talvez seja verdade: Quanto mais os anos passam mais contornos adquirem nossos sonhos. Umas quinze princesas depois tenho a sensação que melhor teria sido ficar com a cosinheira ou a filha do vizinho rico ou mesmo com aquela colega de trabalho que vive me pentelhando. Princesas não cosinham bem... Algumas delas nem mesmo sabem fazer a cama no dia depois do amor. Outras são submissas e adoram apanhar de mentirinha. Teatros, cinemas, novelas... Mulheres e novelas e mulheres... Sinto saudades da minha inocência e princesas inocentes não existem mais... O vocalista da banda começou com aquele negócio de palmas: Agora os corinthianos... os ... as virgens... Falei pra amiga do lado: Agora eles estão pedindo um minuto de silêncio! Tudo, entretanto, tem seu lado bom. É mais fácil escorregar na viscosidade feminina que dantes. Olhares caçadores nos espreitam e nos atingem, às vezes. O futuro é o impredicto. "Viver é perigoso"... Agora irei visitar aqueles sites prohibidos que você tanto gosta! Kisses and Keep in touch!!! r.

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Cassie

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N´n,
Continuo por aqui
olhando para esse infindável mar mineiro.
Devo acabar de aplicar vacinas
nas minhas mocinhas
pra depois arrumar prazeres
para as noites daqui.
S.J.Rio Preto? Não sei...
Ou breve, ou ano que vem.
Espero que você esteja se arranjando
como sempre acontece.
O "Orêia" e eu estávamos falando de você
um outro dia desses,
passados.
Cervejas brancas,
copos gelados:
Adrenalina e sinuca.
Meninas ao pôr-do-sol.
Saudades? Não sei...
Acho que sim.
Quanto mais o tempo passa
mais nossas lembranças ficam bonitas:
assim lindas,
realçadas pelo brilho do tempo
que apaga tudo que não é bom.
Abraços meus!!!
r.

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Carnavália

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A chuva não serviu mais que para nos animar...
E havia mais água nas piscinas plásticas, nas piscinas dos carros.
A música sempre alta com a vodca misturada ao energético
e aos vapores proibidos...
Uma semana de deleite.
Uma semana fora do tempo... sem desvelos nem aborrecimentos.
Faltou quase nada...
Glicose do postinho pra mim e para os que mais se atreveram
nos caminhos bacchianos necessários.
O amor não existiu. Ainda porque esses tempos são mais propícios
a orgias e entregas desapegadas...
Agora ficou um vazio.
Difícil sempre encarar a realidade 3/4.
"Viver é perigoso...".
Mas haverei de seguir assim mesmo:
Sempre perdendo um pouquinho na sinuca da tarde
e pensando em soluções mirabolantes
para os problemas do mundo.
Devo voltar para parságada
mas me falta o dinheiro
da passagem...
Devo iludir meus demônios
que só me levam nos caminhos dos prazeres insanos...
Para então poder seguir na direção sólida
de uma realidade em perspectiva.
Para tomar juízo.
Para plantar sementes tridimensionais.
Olho pela janela e o sol ficou vermelho no horizonte.
É tempo de voltar.

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Vontades

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A saliva escorre sem pensar...

Vontades de te lamber...

Bobagens...

Ficou assim perdido no tempo, não?

Coisas de interiores mediocres...

Sinto vontades...

suas...

Parece com um passado permissivo.

Não sei.

Coisas e coisas...

Adoro lembrar coisas...

Sinto saudades.

Vislumbres,... Outros mundos...

Mozart?!

Beijos líquidos,

e outros...

r.




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S-mix,
Verdade mesmo. É essa minha vida rural desenfreada... Mas devo voltar pra Sampa logo. Ando sufocado de mesmices. Pena outubro ter ido e com ele as mostras de arte e cinema, os simpósios, a feira do automóvel... Mas lá é como se eu estivesse em casa. A poluição me faz bem... Eu sinto falta. O mais são os acasos no ocaso diário do Peri e minhas mocinhas ruminando cifrões... Abraços meus!!! Keep in touch! r.

Wednesday, April 25, 2007

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krislouve dorsevsj,

As idades de Kátia.
Agora já é a matura.
O que me faz lembrar de carnes vermelhas
e de temperos...
E é assim: Infindáveis horas
em direção ao pôr-do-sol.
Viver, sorrir, chorar...
Tristezas, alegrias...
E lágrimas
e as rugas desenhando
continentes novos
nos nossos rostos:
Universo em movimento.
Olho pra você na foto aqui do lado.
Penso que não te conheci assim
sem costelas aparentes.
Tempos, outros...
Impossível enternizar qualquer coisa.
Mesmo as lembranças
ficam amarelas
e efêmeras.
Verdades empoeiradas,
realidades automáticas.
Nada a fazer...
Envelhecer é lindo.
E se fosse
feio
de nada adiantaria.
Samsara.
Contra o vento dos dias
ninguém pode.
Mas seu assobio seduz...
Quero comigo que seu futuro será mágico.
Assim mesmo como você planejou
que seria.
Algo terno, simples e caseiro.
Quase nordeste.
E isso eu te desejo nessa passagem
de um não tão pouco
para um não tão muito.
Adoro me lembrar de você.
Felicidades alegres,
sorte!!!
r.

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Sinto-me imensamente feliz por estar penetrando nesse continente branco e imaculadamente virgem. Nunca é possível tê-la do meu lado para conversas despretensiosas com sorrisos matreiros. A Doutora está sempre longe, sempre imiscuída no trabalho e demasiadamente preocupada com coisas quase insignificantes. A vida: vivê-la ou comê-la pelos cantos? Escolhas sempre tão difíceis... Como eu mesmo dizia ontem: no final tudo se ajeita. Vivemos em Hollyhood. Entretanto acabamos por passar pelas curvaturas necessárias das novelas mexicanas. Finais felizes depois de rios de lágrimas. Ando escutanto musicas velhas do Jorge Ben (Benjor, agora) e isso me deixa mais bonito e com risos desmedidos nos lábios. Estou assim... Sempre fico assim radiante quando chego das minhas andanças. Parece que sair de foco me faz enxergar o todo. E isso é bom. E tudo parece infinitamente simples. E tangível... Acho que já me excedi em bobagens por hoje, não? Abraços meus, saudades!!! r.






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Tuesday, March 27, 2007

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Ob,
Anos, ônus. Viver tem preço.
Tempo que nos escorre por entre os dedos.
Bom te ver alegre nessas passagens.
O Porto rubro coloriu tudo.
Escuto Manu chao, gosto.
Cada dia que passa sua identidade fica mais definida.
É sempre bom sermos nós mesmos...
Energias extras como formigas transeuntes.
Nada.
...
Sempre é muito pouco.
Melhor algures.
Felicidades e um abraço amigo:
Parabéns!!!
A sorte tem dentes lindos!!!
Apenas tome cuidados devidos
com pequenas bobagens.
Elas são deliciosamente idiotas.
Zuns e zumbidos...
O gás aquece muito as orelhas. ...
Rss!!!
r.
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Thai Girl,
Eu andei com umas pontadinhas no peito.
Cousas de bebedeiras
e cigarros insinuantes...
Isso anda sendo sempre,
por aqui...
Amigos novos, limites reavaliados. ...
É verdade.
Tem muito que já estou em casa.
Foi uma viagem boa:
poucos percalços, muitos deleites.
O que você me disse valeu um tanto.
Pena esses ares secos de outono, a gostos adiantados...
Quisera meu carro para zanzar mais...
Coisas e coisas...
D'outra vez quero ver você.
Deve demorar um tico,
creio.
Mas que se há de fazer:
É preciso vender algumas almas
para a sobrevivência cotidiana.
Um comércio necessário, triste.
É isso, acho.
Você gosta de Chianti?
Beijos, outros,
meus!!!
r.

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Pois é Tank Girl,
Agora é a viagem de volta.
Mas é isso mesmo, não?
Estamos todos fadados ao apego desmedido.
Nos esquecemos que a vida é efêmera
e para voar precisamos de ventos
e de velocidade.
Esses sapatos de chumbo
teimam em nos firmar: instintos de sobrevivência
desnecessários em tempos de abastança.
Também tenho pensado e repensado
tudo.
O tempo urge, a vida escoa...
Olho no espelho e tenho apenas vinte anos.
Parece bobagem mas eternizar passados
às vezes não passa de nostalgias recorrentes.
Fiquei sabendo
de seus planos que já ficaram para o outro ano.
Pena.
Os trens têm horários rígidos.
E passam de tempos em tempos
por nosso presente.
É preciso coragem para embarcar.
E também para as necessárias despedidas
do que ficará pra trás.
No fundo tudo se ajeita.
Escolhas são sempre traumáticas
mas imprescindíveis e inevitáveis.
Não escolher já é uma escolha...
E eu sempre dizendo
coisas...
Bobagens,
insistentes bobagens
minhas.
See "u" in December!!!
Beijo!
r.
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K,
Eu continuo aqui. Cabelo branco da tinta
que escorre do teto.
Nunca fui um bom pintor.
Nem mesmo de paredes,
como agora.
Tento cobrir o amarelo do passado...
Duas, três mãos e ele insiste, recalcitrante,
no fundo...
Tenho até o feriado.
Depois da bagunça e dos retoques
eu irei embora.
Minhas mocinhas ruminam
à minha espera.
Elas engordam sob meus olhos.
Pena não viverem nas metrópoles,
como na India.
Pena...
Saudades de brincar
com crianças
que não nasceram,
saudades inatingíveis...
Sempre falo coisas
umbilicais
e você nunca me diz nada.
Fico curioso do seu futuro...
Abraços meus!!!
r.


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...
Escadas.
E esse olhar quadriculado.
Essa sua boca
insinuando um grito.
Algo dentro.
Coisas, confusos pensamentos... O gosto
alternado entre a violência
e o carinho:
medo.
Cabelos escorridos, pernas de louça.
Botas militares.
Agonias e prazeres...
Apenas o ruído da respiração
e uma aranha no teto...
Vozes...
Quando será que elas irão parar
de dizer coisas
nos meus ouvidos???
Tempo que cura
e mata.
Tempo que enruga
tudo.
Tempo que nos faz olhar
pra trás
quando já é tarde.
Vida.
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Emília....
a vida, Senhor Visconde, é um pisca - pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas.
Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
Monteiro Lobato.
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Tuesday, March 20, 2007

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Conheci Romã em baires.
Todos nós
viviamos de bons ares,
naquele tempo:
Mamadeiras, café em pó, candidatos.
Pesquisas e periferias...
Eu a vi passar por vários infernos.
Depois fui embora.
Notícias
só as bidimencionais.
Mas sempre amei dela
aquele abraço de torniquete.
Dava pra sentir o coração
batendo...
Parecia uma fusão de desesperos.
Uma década, ou mais,
eu não a vejo mas é como se fosse
ontem.
Acho que somos eternos e lindos:
amigos. Agora ela está de volta.
Baires...
O tempo nos escorre
e temos coisas
e coisas para dizer...
Espero vê-la logo.
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Você veio?
O meu nariz escorre
como a chuva lá fora.
Uma fundeza...
A gripe me chegou ontem
e segue.
Não há remédio:
apenas o tempo cura todas as mazelas.
A vida por aqui segue
a passos de tartaruga.
Festas que não são para meus olhos
marrons.
Abraços meus: Saudade!!!
r.
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Deveras.
Adoro reencontrá-la,
sempre.
Talvez o tempo congele tudo até a próxima vez.
As novidades afloram mas a amizade vem de outros séculos...
Fui labutar com minhas mocinhas e isso
me recarregou as baterias.
Estou, já, um tanto melhor.
Acho que mudei de fase:
agora tusso como um basset asmático.
Mas é assim mesmo.
Logo passará e eu voltarei ainda outra vez
aos mesmos venenos.
A vida é um círculo de vícios necessários.
Samsara.
Prazeres e, depois,
lágrimas pseudo-arrependidas.
Nos enganamos o tempo todo.
No fundo pensamos que nós somos os outros
a quem podemos iludir.
Tem gente que até consegue.
Vislumbres do irremediável.
E quem quer a verdade?
Melhor sonhar, melhor o extase!
Eu elucubrando
novamente.
Abraços meus!!!
r.


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Cidades pequenas,
vidas pequenas
- Se você dança com o diabo,
o diabo não muda:
Ele muda você! De súbito olhamos no
espelho
e nos damos conta
que muito tempo passou enqüanto
comentávamos o futebol,
a novela,
os problemas da vizinhança...
E o que realmente importava ficou
esquecido, adormecido.
Mas a vida é assim mesmo:
acabamos por viver no limite
do que nos é possível.
Acredito mesmo que devamos
ser assim para que
possamos conseguir alguma cousa de real
e de concreto nesses
tempos de isopor.
Abraços!!!
r.


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Cá estou,
de novo... Pareço procurar o que não perdi.
Ou aquele olhar escondido no meio de tantas faces aneantidas...
Estou de volta ao seu mar de asfalto e desespero...
Gosto, me sinto em casa, novamente. ...
E ficarei por uns dez dias,
desta vez. Quero outras recomendações
suas! Abraços,
outros!!!
r.
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Sempre me sinto em casa
quando entro nas cidades em que vivi.
Mas, agora, ando lerdo...
Seduzido pela comodidade, pelo conforto...
"Ocê mire e veja": Eu finalmente cheguei:
delícias em cetim vermelho!
Ressacas e contas... Banco... Filas.
Atrás...
Sinuca necessária, jogo:
Destino implacável. Vida.
Morrer três vezes, Forró...
Será, então.
Escuto músicas daqui ...
Irei depois das novidades?! Você sabe:
Dançar ... adoro!!! Meus cabelos ficam
eletrificados, como parafina ...
Outros oráculos para dizer
mesmas lágrimas...
São Pedro chora, chove.
Gotículas escorrem enqüanto digito...
Subterfúgios de fundo.
Saudades de mim mesmo, antes.
Adoro Mozart... Simbolismos....
Espero, mas adoro.
Depois será,
agora.
Amanhã.... bobagens....
O W.C. fica onde mesmo?!
Nos vemos num desses espaços
entre as notas: pausas,
cruzilhas...
Abraços, outros!!!
r.
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Você sabe... Eu vou indo assim
como se não fosse...
Mesmos desfechos com copos
diferentes...
Quando o ano vai acabando
eu me sinto triste:
Parece que não conquistei
todos os territórios que
me pertenciam por direito.
Meu cavalo anda troteando em refugos.
Não sei... Novembro chove. Gotas com cheiros
de musgo e de passado.
Minha mochila está pronta de novo. Perambular
me faz enxergar meu umbigo.
Bobagens, outras...
Abraços, novos!!!
r.


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Monday, February 26, 2007

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Sinuca de bico.
Atado ao cais, continuo.
Papagaios prorrogados às barbas do carnaval.
Vacas, bezerros e leite que me escorre por entre os dedos:
Vicissitudes bovinas.
Coisas e amarras.
Eu não era assim.
Escuto Gainsbourg.
Ando youtubado nas horas vagas.
Saudades daí, de você e de mim mesmo
nesses ares urbanos.
Venenos, ando precisado deles...
Margaridas multicoloridas num copo d'água.
Amanhã será segunda,
outra.
Milhões de pequenas bobagens para pensar.
Quando será que vou lavar meu carro
ou limpar minhas gavetas,
ou colocar velhos livros na estante?!
Será que a vida é só isso? ...
Alguma coisa me aflige.
Meu coração está mole.
Terei que achar uma benzedeira...
Outras saudades!!!
Beijo!
r.


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Túnel


O olhar:
Alguma cousa extremamente molhada e âmbar.
Fotografias preto-e-branco
desbotadas.
Espelhos sempre disformes.
Lentes doutros tempos.
Bile: Gotas de uma indizível esperança.
Lágrimas ecológicas.
Através dos olhos
o vazio.
O outro lado, quase visualizável.
Num injetado e rubro interior:

alcova do pensar.
Caminhos e vírgulas. ...

r.


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Monday, February 05, 2007

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" Pero entonces bailaban por las calles como peonzas enloquecidas, y yo vacilaba tras ellos como he estado haciendo toda mi vida, mientras sigo a la gente que me interesa, porque la única gente que me interesa es la que está loca, la gente que está loca por vivir, loca por hablar, loca por salvarse, con ganas de todo al mismo tiempo, la gente que nunca bosteza ni habla de lugares comunes, sino que arde, arde como fabulosos cohetes amarillos explotando igual que arañas entre las estrellas.
"Jack Kerouac
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Wednesday, January 31, 2007

Eliana Mora

Prece

Preciso do veludo
dos teus cílios
da maciez
e da audácia do
teu cheiro
da embriaguez
que vem da
tua boca

Preciso te tocar
preciso voltar
a ouvir
o som
do teu corpo

Monday, January 29, 2007

Receita de Vida - Tripolli - Quase Todos Meus Amores.

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"Misture Prince com Piazzola,

Uma boa mulher
Um bom amigo
Vinho tinto em pequenos goles
Entremeados com goles de "grappa"
Não olhe o relógio
Conte histórias cheias de belas mentiras
Fascine e se deixe fascinar
Aprenda a dizer não
Misture tudo"



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A rotina.
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Perfumes narinas ofegantes
a noite se estende nestas ruas,
portas de fechaduras antigas,
escadas degraus para o nada.
A cama
aflita cama vitrola do lado,
disco de outros tangos,
amores tardios,
a paixão de todas as mortes,
o corpo branco
os pêlos amassados
o sexo se abre
no meio das pernas,
gritos por dentro,
o gemido do avesso,
sem gozo
sem gosto
sem nome
sem organdi, a meia de náilon preta
da Mesbla,
manequim invisível
que caminha pela São João
com sapatos ausentes
até o ponto no Largo do Arouche
em frente à floricultura.

Álvaro Alves de Faria



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Mário de Sá-Carneiro
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Álcool

Guilhotinas, pelouros e castelos
Resvalam longemente em procissão;
Volteiam-me crepúsculos amarelos,
Mordidos, doentios de roxidão.

Batem asas de auréola aos meus ouvidos,
Grifam-me sons de cor e de perfumes,
Ferem-me os olhos turbilhões de gumes,
Descem-me a alma, sangram-me os sentidos.

Respiro-me no ar que ao longe vem,
Da luz que me ilumina participo;
Quero reunir-me, e todo me dissipo ---
Luto, estrebucho... Em vão! Silvo pra além...

Corro em volta de mim sem me encontrar...
Tudo oscila e se abate como espuma...
Um disco de oiro surge a voltear...
Fecho os meus olhos com pavor da bruma...

Que droga foi a que me inoculei?
Ópio de inferno em vez de paraíso?...
Que sortilégio a mim próprio lancei?
Como é que em dor genial eu me eternizo?

Nem ópio nem morfina. O que me ardeu,
Foi álcool mais raro e penetrante:
É só de mim que ando delirante ---
Manhã tão forte que me anoiteceu.


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