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“ A vida humana
- na verdade toda a vida -
É poesia.
Nós a vivemos inconscientemente,
dia a dia,
fragmento a fragmento,
mas na sua totalidade
inviolável,
Ela é que nos vive! ”
Lou Andreas-Salomé
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Florbela Espanca
.
Frémito do meu corpo...
Frémito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te,
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!
E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...
E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas.
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Frémito do meu corpo...
Frémito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te,
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!
E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...
E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas.
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Por que indagas de poesia
.
eu falo em antropofagia
e tu devoras meus dedos
molha-os de beijos largos.
por que indagas de poesia?
a luz do sol cai em gotas
na cozinha ainda enfeitada de nós duas
ah estas taças de vinho tinto...
e nossos rostos se avizinham:
tua língua lambuza a minha.
eu me assusto? Sim. Meu amor.
tu argumentas: que há de errado?
que sei eu de tão formoso...?
teus cabelos tecem fios com os meus....
eu não distingo mais tua face:
...a tua antropofagia.
mas ao inverso do que eu dizia
seguras em mim – traço peculiar
em minha alma encantada
por ti
Safo.
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eu falo em antropofagia
e tu devoras meus dedos
molha-os de beijos largos.
por que indagas de poesia?
a luz do sol cai em gotas
na cozinha ainda enfeitada de nós duas
ah estas taças de vinho tinto...
e nossos rostos se avizinham:
tua língua lambuza a minha.
eu me assusto? Sim. Meu amor.
tu argumentas: que há de errado?
que sei eu de tão formoso...?
teus cabelos tecem fios com os meus....
eu não distingo mais tua face:
...a tua antropofagia.
mas ao inverso do que eu dizia
seguras em mim – traço peculiar
em minha alma encantada
por ti
Safo.
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